O Sindicato dos Servidores da Fiscalização Agropecuária do Maranhão (SINFA-MA) celebrou, neste final de semana, a decisão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) de suspender definitivamente a vacinação contra a febre aftosa no Maranhão. O novo status sanitário classifica o Estado como “livre da febre aftosa sem vacinação”, a partir de 2 de maio de 2024.
A Portaria MAPA nº 665, de 21 de março de 2024, publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 25 de março, “Reconhece nacionalmente, como livre de febre aftosa sem vacinação, os Estados do Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima, São Paulo, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal”.
Obstáculos – A nova classificação coroa uma luta de anos, empreendida pelos servidores agropecuários maranhenses, “mesmo com a categoria enfrentando sérios obstáculos, para proporcionar ao Estado estar incluído entre os que poderão receber vantagens econômicas a partir desta nova situação”, observa o presidente do SINFA-MA, o fiscal estadual agropecuário Diego do Amaral Sampaio.
Ele reconhece que a problemática não está, de todo, solucionada, “porque o maior desafio, agora, é ter condições de trabalho e reconhecimento funcional para a manutenção do status, conseguido a duras penas”. Sampaio enalteceu o sacerdócio com que os companheiros exerceram suas atividades para atender às exigências do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) destinadas à conquista. “Em nenhum momento sucumbimos diante dos obstáculos”, observou. E destacou o incentivo que o sindicato da categoria ofereceu aos servidores em toda esta etapa, agora vencida.
Dificuldades – O presidente lembrou que a auditoria realizada pelos técnicos do MAPA, entre julho e agosto do ano passado, encontrou situações desalentadoras, que poderiam ameaçar a nova classificação estadual relativa ao combate contra a febre aftosa. Não só na avaliação do ministério brasileiro, quanto na confirmação do status pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), órgão vinculado à ONU, a próximo etapa a ser enfrentada e vencida. Mas se superaram!
“A listagem de dificuldades relacionada pelos auditores nos atemorizou, pela constatação de servidores desestimulados pelos defasados salários que superam 80% de perdas nos últimos 12 anos, pela frota sucateada, pela falta de pessoal habilitado para atividades específicas, por condições de trabalho insuficientes, pela ausência de equipamentos e serviços eletrônicos compatíveis com as necessidades”, alinhou Sampaio. Mas comemorou: “Trabalhamos além de nossa capacidade e vencemos!”
Vantagens – A manutenção da nova condição (dependendo da correção do cenário acima descrito, na avaliação do presidente) proporcionará ao Estado elevar a segurança alimentar, conquistar novos e exigentes mercados mundiais com sustentabilidade, fortalecer o agronegócio com o comércio pecuário, metas do Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA).
Em sua análise, o presidente do SINFA-MA faz coro com o gerente técnico do Sistema Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul), outro dos Estados beneficiados, nesta fase, pela portaria ministerial, José Pádua. Os dois acordam que “a retirada da vacinação e o reconhecimento internacional pela OIE (Organização Mundial de Saúde Animal, a próxima etapa) como áreas livres de febre aftosa sem vacinação oportuniza mercados e impulsiona a economia dos Estados pelo segmento de proteína animal”.
E Sampaio conclui: “O Maranhão tem o segundo maior rebanho bovino do Nordeste ( mais de 10 milhões de cabeças), o que antecipa perspectivas de expressiva comercialização. Só precisamos assegurar, para a manutenção do status, no caso maranhense, melhores condições de trabalho e valorização salarial para estimular a equipe. E teremos mercado interno e externo vantajosos, com poderoso benefício para a nossa balança comercial”. (Com apoio da Assessoria de Comunicação do Sistema Famasul)
