O vice-presidente da União Nacional dos Servidores da Defesa Agropecuária (Unafa) e tesoureiro-geral do Sindicato dos Servidores da Fiscalização Agropecuária do Maranhão (SINFA-MA), Francisco Saraiva Júnior, defende a necessidade da mobilização permanente da categoria, no Estado do Maranhão, para fazer o Governo do Estado entender a importância do trabalho dos agentes para a economia e a projeção da política estadual do setor primário, num Estado de vocação agrícola.
Esta foi a mensagem que ele deixou durante entrevista no programa Tribuna Sindical, da grade da Rádio Educadora, nesta sexta-feira. Ele alerta que benesses eventuais, que afastam temporariamente os agentes da luta pelos seus direitos, refletirão negativamente no futuro, quando chegar a aposentadoria. “Precisamos, às vezes, de medidas extremas, para mostrar quem somos”, sugere para justificar as paralisações.
Equívocos – Na recente greve-relâmpago, suspensa pela Justiça Comum, o Executivo estadual tentou mostrar que o movimento tinha características políticas, em função do período eleitoral. Saraiva Júnior desfaz esta insinuação, reforçando que a paralisação foi motivada pela falta de pagamento de promoções, progressões e adicionais de qualificação de 2019 e 2020. Acrescentou que estes pagamentos estão autorizados no orçamento, sem comprometer as finanças.
Sobre o descaso com que o atual governo trata a Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (AGED-MA), que abriga o corpo técnico de fiscais, técnicos e auxiliares, ele elenca os prejuízos que o Maranhão poderá sofrer em futuro próximo, pelo impedimento, por exemplo, de negociar sua produção de origem animal com os mercados interno e externo.
Vacinação – Saraiva Júnior lembra que está em caminho a campanha de vacinação contra a febre aftosa (em novembro) e a possibilidade de, em futuro próximo, o Maranhão conquistar o status de livre da febre aftosa sem vacinação, conquista que alguns vizinhos estão na iminência de alcançar. “Se ficarmos fora desse contexto, nossa política agropecuária sofrerá profundos prejuízos”.
O cenário de desentendimento entre servidores e o poder público, agravado nos últimos quase oito anos, foi instalado pelo descaso com que o Governo do Estado trata as questões relativas à política de defesa agropecuária, justifica o entrevistado.
“São questões que só têm complicadores criados pelo governo; de nossa parte, tudo o que sugerimos, é para o bem do Maranhão e do povo dependente de boa saúde pública e de segurança alimentar”.
