Senhor Governador,
Congratulo-me com Vossa Excelência, Excelentíssimo Senhor Governador do Estado do Maranhão, Doutor Carlos Brandão.

Quem vos escreve é um funcionário da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (AGED/MA). Creio ser a representação da maioria dos servidores, mas antecipo minhas desculpas em nome daqueles que não concordarem com a exposição.

Tenho o costume de fazer as minhas caminhadas no final da tarde; na minha última, surgiu a reflexão do que é ser funcionário da fiscalização agropecuária. Como nas minhas reflexões sempre “tento” usar a emoção e a razão de forma equilibrada, passei todo o tempo indo da emoção à razão, findando com algumas ponderações que passo a descrever.

Aqui não vou me ater à parte técnica; essa vou deixar para a competente equipe da Central, pois tenho certeza que ela já deve ter iniciado a explanação das atribuições dos cargos da Agência e sua importância para o Estado. Mas o que venho aqui tratar é da questão social, da contribuição do servidor da defesa agropecuária como agente modificador de uma cultura; de como sua inserção no seio da sociedade é transformadora; desde aqueles que são letrados e sabedores dos problemas econômicos e sociais do nosso Estado e do Brasil, como também daqueles que estão residindo a quilômetros do meio urbano, que vivem da sua subsistência, criando o que dá para criar e que, muita das vezes, estão “aquém” das informações.

Quando uma equipe de médicos e enfermeiros chega nos locais mais longínquos a população local já conhece o tipo de trabalho que vai ser executado; quando uma equipe de servidores do Estado, juntamente com uma equipe jurídica local, se desloca para determinado povoado, onde vai executar serviços de interesse do cidadão; ou quando uma patrulha policial se desloca para esses locais, toda esta movimentação desperta a atenção da comunidade local. Mas todos estão informados (ou desconfiam) sobre os serviços a serem executados e os órgão envolvidos na operação.
Mas quando se deparam com uma equipe da AGED a ideia passada é da fiscalizatória, de possíveis ações corretivas, da iminente punição. Nunca imaginam a possibilidade de ações educativas, geradoras de melhorias, nem de ações preventivas de combate às doenças em animais, pragas em vegetais e prevenção das zoonoses. Tudo fica em segundo plano, embora a Agência atue neste mister.

Apesar dos seus 21 anos e um mês de existência, a Agencia é considerada nova e, como tal, tem seus inúmeros serviços desconhecidos de expressiva parcela da população, mesmo da zona rural, para onde se voltam suas ações principais.. Há quem identifique a atuação da autarquia apenas voltada para o combate à febre aftosa pelas campanhas de vacinação.

Mas a AGED trabalha com equídeos, nos casos de AIE e Mormo, cujas documentações são exigidas dos criadores quando animais em trânsito; com aves no processo de criação; com peixes e alevinos, com prevenção às pragas no cenário vegetal. É variada a oferta de serviços que a Agência disponibiliza para a sociedade.

No quesito “conhecimento das ações da Agência” os conhecedores do meio rural se dividem em dois grupos: os que conhecem por estarem plenamente inseridos nos negócios rurais e são obrigados a respeitarem exigências sanitárias e regras impostas pelas legislações estadual e federal; e os que ignoram essa atuação devido a vários fatores que vão da indisponibilidade de recursos familiares até processos deficientes de educação, passando por distância de centros de atuação, precários meios de comunicação, entre outros, impeditivos do acesso ao conhecimento dos serviços da Agência.

Uma cultura não é inserida numa sociedade da noite para o dia; ela é inclusa pelo conhecimento, ditado pelo “Norte” estabelecido pela ação do indivíduo na comunidade onde vive, consideradas as regras de convivência previamente escritas e incorporadas pelo costume.

É desse modo que os técnicos da AGED se incorporam na comunidade, atuando como formadores de opinião no meio rural, transformadores de ideias, condutores das práticas sanitárias na agropecuária. Para tanto usam do equilíbrio para aplicar o que regem as leis, utilizando, de todas as formas para desmistificar a ideia de que a Agência é somente um órgão punitivo. Não! Ela é um órgão formador de uma cultura da boa pratica sanitária, da proteção da sociedade e do meio ambiente. As ações praticadas por seus agentes têm, como único objetivo, a melhoria da qualidade de vida, no Estado, dos seus residentes, a defesa do patrimônio pecuário e a garantia da saúde pública.
Assim, Excelência, pelo exposto, quero apresentar-lhe os servidores que, embora em número pequeno, realizam grandes ações, nos mais distantes locais do imenso território estadual, sob as mais diversas intempéries e submetidos a grandes sacrifícios. São estes agentes que estão a merecer um olhar especial do poder público, em respeito à responsabilidade e ao sacerdócio com que exercem suas atividades, determinantes para o desenvolvimento de um Estado de vocação agrícola e pujante pecuária, ameaçada de perder o “bonde da história”, caso não conquiste a classificação sanitária que precisa lhe ser outorgada. Sem os técnicos da AGED nosso processo de desenvolvimento estará seriamente comprometido. A ausência deles no processo é impensável nos nossos dias. Avalie bem, Excelência!

Published On: junho 1st, 2023 / Categories: SINFA MA / Tags: , , /

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