Diego do Amaral Sampaio*
“Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado (Rui Barbosa)
Companheiros, nós nunca saberemos o quão forte nós somos até que ser forte seja a única escolha necessária para que alcancemos a vitória. Desistir é uma palavra que não existe no dicionário dos vencedores. Mas, a vitória não é fácil e exige esforço; até que cheguemos no destino final, temos que passar por muitos testes e provações.
Nós, da Defesa Agropecuária, celebramos hoje o Dia Estadual do Servidor da Fiscalização Agropecuária do Maranhão. Em meio a expectativas, aguardamos o envio à Assembleia Legislativa, transformado em Projeto de Lei, do Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), promotor de profunda reforma na legislação que disciplina a carreira e seus ocupantes, envolvendo os valores remuneratórios permanentes. E cria um novo cenário de atuação para a Agência Estadual de Defesa Agropecuária (AGED), que hospeda administrativamente os fiscais, técnicos e auxiliares responsáveis pela fiscalização agropecuária.
Recente estudo, encomendado pelo Sindicato dos Servidores da Fiscalização Agropecuária (SINFA) mostrou a importância do trabalho do subgrupo estratégico da Defesa Agropecuária na cadeia produtiva animal e vegetal. Estimou em R$1.7 bilhão a perda do Maranhão se ficar de fora da classificação sanitária referente à febre aftosa (isto só em relação à falta de comercialização do rebanho bovino); mostrou a atividade criatória de animais de menor porte e a contribuição ao comércio interior e exterior; apresentou a evolução de culturas e grãos; e observou a disciplina adotada em razão do uso dos defensivos agrícolas e o descarte de suas embalagens.
Toda essa atividade tem a equipe do Grupo AFA (Atividade de Fiscalização Agropecuária) como competente para executar-lhe a política, de acordo com as normas fixadas pelas autoridades dirigentes dos órgãos responsáveis pela atuação no setor rural.
Em relação ao PCCR, há outros pleitos em jogo, mas este redefine a valorização do servidor e seu papel, como elemento estratégico, no processo de desenvolvimento do Maranhão. Também garante a preservação dos ganhos quando da inatividade, permitindo-nos indicar a carreira para seus pósteros, sem o temor de encaminhá-los para um destino sem futuro promissor.
Fossemos uma categoria desmotivada, teríamos, ao longo da luta que agora desenvolvemos, sucumbido ao descaso de que temos sido vítimas, principalmente nos recentes oito anos, dos que detêm o poder de traçar o nosso destino. Indiferentes à nossa contribuição à economia estadual, aqueles que nos governam usam do nosso trabalho, o incorporam ao seu rendimento político, sem o devido reconhecimento.
A Defesa Agropecuária da qual cuidamos, vetor do desenvolvimento socioeconômico do Maranhão, integra a base do progresso do Estado. Só o rebanho bovino, constituído por mais de 10 milhões de cabeças, representa sustentáculo considerável para o equilíbrio das finanças públicas. Fator ameaçado de desestabilização caso não se consolide a nova classificação sanitária do Estado como Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação.
Nesta data, nossa principal preocupação é fortalecer a luta pela valorização do servidor do Grupo AFA, mostrar-lhe a necessidade da resistência, estimular o enfrentamento de qualquer obstáculo que se coloque diante da caminhada; imprimir força na capacidade da luta que não se esgota ao primeiro desafio.
A indignação que nos alimenta há mais de oito anos, elevada recentemente com o anunciado “reajuste” escalonado (11% dividido em etapas de 2,5%/3,5% a cada seis meses, a partir de janeiro de 2024) comprometeu a tolerância que vimos exercitando; mas não sucumbimos à intolerância do Governo. Mostramos como não aceitar a regra do jogo que ele tenta nos impor.
Somos resistentes à tentativa de nos vencer pelo cansaço. As medidas adotadas recentemente e as anunciadas para breve, caso nosso PCCR não seja digno do procedimento institucional reclamado, seguirão sendo nossa resposta à desconsideração do Governo e ao contrassenso com o qual ele tenta nos convencer sobre a falta de condições em atender aos pleitos da comunidade agropecuária.
Esperamos a adesão dos empreendedores rurais, beneficiários de nossa atuação, e da população em geral, ameaçada em seus cuidados de saúde pública, segurança alimentar e meio ambiente. A interrupção dos nossos serviços, a ser retomada condicionada aos motivos acima externados, decorre do descaso com que temos sido tratados, em comparação com outras categorias estratégicas a serviço da população maranhense.
Prossigam, companheiros, dando robustez à luta, com força e garra, porque juntos somos mais fortes!
*Fiscal Estadual Agropecuário
Presidente do SINFA-MA – SLZ-MA – 10.11.2023