Por Clayton, veterinário da AGED em Santa Inês.

Hoje posso me vangloriar, sou o futuro de um passado que sonhou, e sou um presente que pensa num futuro promissor, hoje dispomos de todas as ferramentas para melhoria do bem-estar de nós mesmos e do próximo, estamos usufruindo dos conhecimentos que foram sendo construídos ao longo de décadas por pessoas visionárias que conseguiram superar seu tempo, usamos suas descobertas quase sem perceber, quando usamos um celular, quando utilizamos um carro, quando pertencemos a um grupo organizado de uma empresa privada ou pública, tudo vem sendo criado para que o ser humano possa se satisfazer como cidadão, e que estando bem, consiga repassar essa felicidade aos demais, pois o objetivo maior é o bem-estar de todos. A construção do Estado também seguiu esse mesmo raciocínio, partindo de organizações primárias, muitas das vezes sujeitas a ruídos advindos de grupos interessados em poder e soberba, até chegar nos Estados modernos, possuidor de uma vasta gama de regulamentos que controlam de sobremaneira as relações entre o detentor de poder e os demais cidadãos. Esse Estado organizado constitui o verdadeiro alicerce para o desenvolvimento local, utilizando suas estruturas administrativas disponíveis e trabalhando conjuntamente com os demais entes visando atingir as metas propostas de crescimento econômico, redução das diferenças sociais e uma educação de qualidade. Esses objetivos são inter-relacionados, totalmente dependentes uns dos outros, um não desenvolve se o outro também não crescer.

O Estado do Maranhão é possuidor de inúmeras qualidades, riquezas imensuráveis, na cultura, no turismo, na gastronomia e na sua agropecuária, vou me ater a este ultimo, o segundo maior rebanho de bovídeos (bovinos e bubalinos), o quarto em numero de cabeças de suínos segundo em números de equídeos e o sexto em produção de galináceos da Região Nordeste, este ultimo com forte crescimento nos últimos anos. Todo esse patrimônio agropecuário está distribuído por seus pouco mais de 331.937 km2, sendo manejados dia a dia por uma população que vive e produz no campo, cujo objetivo é manter sua subsistência e adquiri capital para manutenção da sua economia, fazendo circular cifras ainda não calculadas, mas é fato, uma parte desses animais de economia serve para alimentar os mais de 7, 150 milhões de habitantes do Estado do Maranhão e vizinhos. Para que essa estrutura permaneça dinâmica, que a economia advinda dos negócios do setor agropecuário cresça é necessário um olhar atento do Estado, pois não basta fomentar o criador com rezes, educando-o a manejar sua criação, se, entre a produção e a mesa do consumidor não existir o braço forte da defesa agropecuária, autarquia criada com proposito de proteger esse patrimônio agropecuário, como também a saúde do povo maranhense, mas não se conseguira atingir os objetivos anteriormente citados, pois a economia sofrerá com a supressão da circulação dos produtos em virtude do aparecimento de doenças, que culminará no aumento da pobreza no campo, pois os produtos de origem animal que outrora era pujante, retornará para o pequeno comercio local reduzindo assim o poder de compra de muitas famílias.

É oportuno enfatizar que as inúmeras doenças que circulam entre os animais de economia, e fazem parte de programas sanitários, em sua grande maioria são transmitidas por vírus, e que para seu permanente controle, são necessárias ações efetivas tanto por parte do criador, quanto por Estado através do serviço de defesa agropecuária, utilizando vacinas aprovadas, realizando manejos sanitários, quarentenas, fiscalizações de estabelecimentos, acompanhamento de vacinações e realizações de blitz móveis e fixas, essas duas ultimas são de grande valor pois é através delas que o Estado consegue controlar as varias moléstias dentro do seu território e evita que doenças erradicadas, ou controladas adentrem novamente o território, trazendo consigo prejuízos de toda ordem. Moléstias que a muito tempo não grassavam, começam a surgir tanto dentro do Estado do Maranhão, como é o caso do Mormo, como em outros Estados, como é o caso  da Peste Suína Clássica no Estado do Ceará; são eventos sanitários que estão intimamente relacionadas com a dinâmica dos serviços de defesa agropecuária, que labutam juntamente com os criadores, mas por outro lado, faz-se necessária e com certa urgência a reativação, qualificação e manutenção dos serviços de barreira sanitária, pois os trabalhos realizados dentro do Estado nada servirão se não existir uma barreira primaria de proteção.

Published On: outubro 15th, 2021 / Categories: Artigos, SINFA MA / Tags: , , , /