O fechamento de postos fixos (barreiras sanitárias) operados pela Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (AGED-MA) preocupa produtores rurais. Eles temem pela invasão de pragas e doenças às lavouras e à produção de origem animal e vegetal. Na região do recentemente desativado Posto Fixo do Pirangi (Araioses), de intensa movimentação oriunda do país, via Nordeste, o temor é crescente.
O acesso ao Maranhão pela área, de diversos insumos, atemoriza o público-alvo, pela ameaça à qualidade da produção agropecuária e à quebra de interesse pelos gêneros exportados pelo Estado a partir do setor primário.
“Com as divisas estaduais livres, corremos sérios riscos”, diz Raimundo Machado, agricultor familiar, apelando ao governador pelo retorno às barreiras fechadas.
Ameaça – Ao longo dos 19 anos de existência da AGED-MA barreiras zoofitossanitárias foram mantidas nas principais divisas estaduais do Estado. Elas são estruturas responsáveis pela fiscalização do trânsito de animais e vegetais, de produtos e subprodutos de origem animal e vegetal. A ação impede a entrada de pragas e doenças e garante a saúde dos animais, vegetais e da população. Das muitas existentes restam apenas três: Timon, Gurupi e Barão de Grajaú.
A crescente desativação, sob alegação de prejuízo financeiro à AGED-MA, preocupa servidores, agropecuaristas e agricultores familiares. Os primeiros pelo desemprego; os demais pela ameaça à qualidade dos gêneros e pelo prejuízo à economia. Sustentáculo do agronegócio, a movimentação do mercado sustenta um terço da balança comercial brasileira, com expressiva contribuição maranhense.
Filtro – Pelo Pirang(j)i (entroncamento da MA-345 com a BR-343) chegam produtos de todo o país, via região nordestina. Lavradores e criadores justificam a barreira sanitária como “filtro das pragas e doenças impedidas de entrar em nosso mercado e prejudicar nossa produção de origem animal e vegetal”, avalia o produtor rural José das Graças Lira.
Preocupados a crescente desativação (“em breve não teremos nenhuma!”) das barreiras, servidores e usuários indagam ao Governo do Estado:
“O que pretende o poder público com a decisão? Comprometer a qualidade da produção, hoje procurada por imensa faixa de mercado consumidor nacional e internacional?”. Foi a questão colocada pelos produtores rurais Agenor Batista dos Santos e Alexandre Rebelo. Ele temem pela falência do setor primário maranhense.